segunda-feira, 12 de abril de 2010

arre diabo!

Confesso que sou um verdadeiro adicto do panorama musical.

Desde que me conheço que o bicho da música não me larga e ma faz consumir regularmente.

Ainda assim, e apesar do largo gosto pela musica, já lá vai o tempo em que me passeava para onde quer que fosse com o walkman, discman ou leitor de mp3 a rolar ou que só conseguia dormir de auscultadores nos ouvidos.

Todavia, não passa dia nenhum em que não consuma tal bem em alguma quantidade.

Os meus gostos musicais não são particularmente unânimes ou consentâneos aos ouvidos dos outros.

A mim pouco me importa.

Nunca fui grande apreciador da música originária aqui do burgo (aquela em português, cantada em português).

Excepção feita aos Mão Morta, aos Xutos e aos GNR.

Sempre achei a “estória” das quotas da música portuguesa na rádio ou as críticas viperinas ás bandas portuguesas que cantam em inglês uma valente palhaçada.

Por um motivo ou outro, o cantar em português nunca me soou muito bem ao ouvido.

Talvez seja pela extraordinária melodia e musicalidade das músicas em si (face a redundância) ou da irrepreensível profundeza das letras que as acompanha.

Não sei.

O certo é que aqui há tempos os meus tímpanos ficaram agradavelmente satisfeitos e surpreendidos pelas ondas sonoras que ali soaram estupendamente em português.

Uma harmonia cadenciada de rock, competentemente conjugada com folclore tradicional e temperado, aqui e ali, por umas pitadas de pop, vislumbrando-se indelevelmente (atrevo-me a dizer) uns laivos de hardpunk.

E o mais surpreendente…

Cantam em português!!!

Até eu fiquei parvo comigo!

E os senhores que me proporcionaram tal satisfação dão pelo nome de Diabo na Cruz.

A mistura de guitarras eléctricas e baixos graves com bombos, adufes e flautas abraçados à extraordinária sonoridade de uma guitarra braguesa de 12 cordas e aos acordes debitados por um sintetizador, associada a letras simples, alegres, incisivas e jocosas é de tal modo aprazível, agradável e viciante que se me revela uma tarefa impossível ouvir as suas músicas sem ser em “repeat mode” e acompanhar as mesmas sem bater constantemente o pé no chão

No trabalho, dou comigo incontáveis vezes a assobiar as suas músicas.

Os diabo na cruz são para mim, sem sombra para qualquer dúvida, a maior surpresa (pela positiva) e o projecto mais original e competente que a musica portuguesa (cantada em português) se dignou apresentar desde há muitos, muitos anos!

Uma verdadeira lufada de ar fresco!

Ai é tão lindo! Ai é tão lindo!

Sem comentários:

Enviar um comentário