Vinha eu, à coisa de uma horita, em viagem de regresso de um fim de semana bem passado (e regado) no Alentejo, acompanhado pela informação desportiva que ia passado na rádio (espantosamente sem qualquer relato em directo), quando o ilustre radialista e apresentador do dito programa anuncia, efusivamente, que a selecção nacional de andebol havia conseguido um magnífico empate com a selecção da Polónia, que havia sido a 3.ª classificada no último mundial da modalidade.
Até aqui tudo bem.
Efectivamente, para um país como o nosso, que não tem nenhuma tradição de grandes resultados nesta modalidade, empatar com uma selecção daquele calibre seria efectivamente um bom resultado.
No entanto, o dito radialista, seguidamente, e fazendo um apanhado geral do evento desportivo, referiu um pormenor que, mais uma vez me deixou deslumbrado.
Parece que a nossa selecção, afinal, e no decorrer do dito jogo, esteve a vencer por uma diferença de 5 golos.
Epa, não é para botar abaixo, mas estar a ganhar por 5 golos e deixar-se empatar, ainda que pela 3.ª melhor selecção do mundo, não pode deixar de ser uma frustração.
E se é uma frustração nunca pode ser um grande resultado!
É um resultado simpático, menos mau.
Mas daí a ser um grande resultado vai muito.
Já o treinador do meu Benfica, ultimamente, depois de apregoar mundos e fundos, vem com o mesmo paleio.
E é isto que me revolta nesta gente.
Contenta-se com muito pouco.
O empate foi uma vitória.
Mesmo quando se esteve a ganhar por 5 e se deixou fugir a vitória.
Transformam-se o médio e o razoável em heróico.
É por estas e por outras que, quando chega a hora H, não ganhamos nadinha (seja no desporto ou seja no que for).
É por isso que não passamos da cepa torta.
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