Deles mesmos!
Sem tirar nem por!
E de mais ninguém!
Os dias que passam correm turvos…e não é por causa da cinza do vulcão Eyjafjallajokull, nome que, felizmente, já consigo escrever (depois de andar muito tempo a chamar ao dito cujo Eyjafjnãseiquê) mas que, todavia, ainda não me atrevo a pronunciar. Talvez um dia destes…
Os dias correm turvos por causa da malfadada, perene e bafienta crise.
Malfadada porque à conta da dita, o Estado, para variar, arranjou maneira de me vir ao bolso.
Perene porque não há meio de acabar (quando, supostamente, e nas palavras do nosso antigo ministro da economia, ela já lá ia…)
Bafienta porque já cheira mal!
Aqui há tempos, a respeito já não sei de que, creio que foi António V. que citou a frase “Não há festa nem festança onde não vá a Dona Constança”! (não sei se se referia a uma Lili C, Cinha J. ou outra qualquer figura da pseudo-socialite tuga).
Pois agora, não há festa, nem festança onde não vá a Dona Crise!
Nem jornal, nem revista.
Nem televisão, nem rádio.
Nem café, nem restaurante.
Tá em todo o lado e toda a gente fala nela.
Agora a senhora também ganhou costas largas.
A crise já é desculpa para tudo.
Até os mandachuvas do fóculporto vem com a desculpa do “ah e tal perdemos o campeonato mas não foi por mérito dos outros que ficaram à nossa frente…foi por causa da crise!”
Pelos vistos, nas palavras dos ditos cujos, e segundo a capa de um informativo de 7/5 “Sócrates quase pôs o Benfica como clube do regime”.
É! Deve ter sido…
Mas, loas sem fundamento à parte, o certo é que toda a gente fala da crise mas ninguém aponta os verdadeiros responsáveis.
A verdade é que, desculpas à parte responsáveis são muitos mas a verdade é que vão desaguar todos ao mesmo conceito.
A origem da mesma foi, pelo que se consta, a especulação bancária, fundamentalmente dos bancos de investimento americanos que, com ganância de lucros e mais lucros emprestaram dinheiro e investiram dinheiro sem olhar a quem.
Depois deu no que deu.
A seguir aos bancos, vieram os países, o melhor, os Estados, na sua veste de administração.
Afinal, os países, entidades soberanas, e nomeadamente (porque têm sido os que vêm à baila) os países europeus da zona Euro, andaram anos a fio (e continuam a andar) a endividar-se sem olhar a quem, a como e a quando.
E qual a razão para tal comportamento.
A razão é muito simples e caracteriza-se com várias adjectivações
Irresponsabilidade, ignorância, incompetência, incapacidade ou ineptidão dos indivíduos que, garbosamente, se apelidam de governantes.
Sabem lá eles o que é governar um país!
Não têm conhecimentos para isso.
Não têm competências para isso.
Não têm vontade disso.
Querem lá saber disso!
Hoje em dia, quem governa e representa o país, e falo do nosso em particular e pelo que tenho visto nos últimos anos, está-se literalmente a borrifar para o que têm a fazer.
Estão-se pouco a borrifar para as funções que têm a desempenhar e para as quais foram eleitos.
Estão-se bem a cagar para o que importa fazer pelo país.
Querem lá saber do que é necessário fazer para o bem-estar do país e daqueles que nele vivem e que, com o seu voto, os puseram no lugar que ocupam.
Eles lá se preocuparam com isso quando decidiram (ou alguém por eles decidiu) candidatar-se ao lugar que ocupam.
Quem governa e representa o país, hoje em dia, preocupa-se com uma única e simples coisa:
Governarem-se a eles próprios.
Cada dia que passa vejo este cantinho à beira mar plantado cada vez mais pobre e arruinado.
Cada dia que passa, vejo esses senhores que representam a nação, mais ricos, mais gordos, mais abastados, com belas posses e com belos empregos (que, estranhamente, muitos deles arranjam quando largam o lugar que ocupavam no “poleiro”!)
O que me leva a concluir, legitimamente, que esta gente não está lá pelo país nem pelas pessoas que nele vivem e que, para sustentação do mesmo, pagam impostos.
Eles estão lá para tratarem deles próprios, para se promoverem e para darem o grande “salto” na vida…querem lá saber do povinho que, com os impostos e inúmeras contribuições, lhes paga os salários e os prémios chorudos em cargos especialmente para eles arranjados…
Aqui há dias deparei-me com um exemplo crasso desta cultura de incompetência, desleixo e irresponsabilidade.
Um presidente da câmara, não sei de onde, dizia na TV ou na rádio, já não tenho certo, que há conta da vinda de sua santidade, o Papa (o verdadeiro), a Portugal, havia-se endividado em não sei quantos mil ou milhões de euros, acho que era milhões. Quando questionado pelo jornalista acerca das fontes de rendimento para cobrir esse endividamento, o senhor limitou-se a dizer que não sabia…que não sabia onde é que ia buscar receitas para cobrir esse endividamento…
Não sabia…
Certo, certo, é que a dívida já estava feita.
Agora a maneira de o pagar, depois logo se vê.
Como não seria o dito senhor a pagar a dívida…tudo bem.
Alguém a há-de pagar!
E como que quem paga sempre por estas alhadas, loucuras e asnices é sempre o mesmo…tásse bem (como diria o outro)!
Um gajo que seja caixa num supermercado, um gajo que trabalhe numa confecção a fazer calças, um gajo que corte cortiça para fazer rolhas, um médico, um advogado ou um trolha das obras, se fazem merda, mal cai-lhes logo o Carmo e a Trindade em cima!
E quem é que responsabiliza esta gente pela merda que faz?
Ninguém!
E porque?
Porque não há lei que os responsabilize!
E porque é que não há nenhuma lei que os responsabilize?
Porque são efectivamente estes senhores que governam e representam o país, e que fazem dele “trinta por uma linha”, que elaboram as leis (e que belas merdas têm saído aí nos últimos tempos)!
Ora, não vão ser eles a criar uma lei que, um dia mais tarde, lhe poderá vir morder os calcanhares…
Era o que faltava!
Paga o mesmo, é o que vale…
Outros que andam aí na moda nos últimos tempos, e que muito tem contribuído para que as economias andem pela rua da amargura e em constante sobressalto são as chamadas “agências de rating”.
Agências de rating?
Mas afinal, quem é que são estes fulanos?
E para que é que servem?
Alguém sabe?
Que legitimidade têm estes animais, para virem aí para a praça publica bradar aos sete ventos que este ou aquele ou aqueloutro não tem credibilidade para pagar empréstimos ou para pagar dívidas ou o raio que os parta?
A verdade é que este bando de flibusteiros tem feito com que as economias e os países (estados soberanos como tal) andem, por estes dias, literalmente “com eles na mão”!
Esta gente dos ratings não são mais que arautos da tragédia, que passam a vida a apregoar o fim dos tempos só para ganharem dinheiro com a desgraça alheia, não se coibindo de lançar milhões de pessoas na ruína e na fome, só para ganharem mais uns cobres nas bolsas e nos mercados internacionais…
Estou como o Alberto J.J., só me apetece chamar-lhes bastardos, que é para não lhes chamar filhos da …
E depois há também aquele pessoal que não se enxerga.
E pego apenas no exemplo que agora aparece todos os dias nas notícias.
A Grécia.
A pátria que trouxe ao mundo Platão, Péricles ou Alexandre o Grande (que era macedónio, mas os tipos reivindicam-no como sendo deles, já que os actuais macedónios são mais jugoslavos que outra coisa…), a filosofia, os jogos olímpicos e as falanges de hóplitas, (mas que também é celebre por merdas como o estoicismo, que faz com que gajos, nos dias de hoje, gostem de comida vegetariana, façam piercings em sítios menos próprios, apanhem nas trombas forte e feio em tremendos bacanais orgiásticos ou sejam adeptos do foculporto e do zbording) anda na borda da bancarrota.
Esta gente andou, nos últimos tempos, a viver à grande e à francesa.
Pagavam poucos impostos, tinham bons ordenados, direito a subsidio de férias, de natal e até, pasme-se, de páscoa (!), trabalhavam 40 horas por semana e ainda por cima reformavam-se aos 50 anos.
Para além disso, os sucessivos governos da pátria dos filósofos andou nos últimos anos a levar à letra o “carpe diem”.
E, para isso, lá ia tendo de falsificar a “escrita” da empresa e a ocultar o tamanho da divida e do défice.
Como tudo o que é bom não dura para sempre, agora rebentou a bolha.
Agora que rebentou a bolha, vieram os senhoras da U.E. pedir sacrifícios aos gregos.
Para a Grécia não ir pelo ralo abaixo, qual Atlântida dos tempos modernos, lá vieram dizer aos gregos que tem de abdicar por uns tempos dos múltiplos subsídios que recebem, vão ter que trabalhar mais um bocadinho, pagar mais uns impostozitos, e esperar mais uns anitos até chegar à reforma.
E perante o tamanho regabofe do passado e a aflição do presente o que é os gregos fizeram?
Andam a mandar toda a gente borrifar-se!!!
Trabalhar mais??
Receber menos??
Reforma mais tarde??
Isso é que era bom!
Nada disso!
A dívida da Grécia, que a paguem os Alemães!
Esses lambões e preguiçosos que lançaram a Europa no caos há meio século, mas que, num verdadeiro trabalho de Hércules, passados 60 anos, estão de novo na vanguarda da Europa e do mundo à custa do sacrifício dos seus, que trabalham 50 horas por semana, auferem apenas 12 salários por mês e só se reformam aos 67.
Esses ociosos germanos que paguem, dizem os gregos!
Sinceramente…
Atrevo-me a apelidar os gregos de pessoal do rendimento mínimo da União Europeia.
Ou seja, aquele pessoal que até tem corpo e possibilidades de trabalhar, mas que não estão muito para aí virados. Até porque o trabalho cansa, e se o dinheiro de qualquer maneira cai no bolso à conta do trabalho dos outros, para que é que eu me vou cansar a trabalhar?
Era o que faltava.
Perante tamanha realidade, e face aos exemplos atrás revelados, só me vêm à cabeça uma palavra:
Parasita!
E porque?
Diz a wikipedia, tão em voga nos nossos dias:
"Parasitas são organismos que vivem em associação com outros aos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro, num processo conhecido por parasitismo."
(P.S.: só para que conste, não sou daqueles que acredita que a wikipédia é dona da verdade suprema. Fui primeiro ver a definição concreta e cientifica à Enciclopédia luso-brasileira. Apenas me decidi armar em grego e não me apeteceu transcrever a extensa definição daquele compêndio!)
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