A vida tem destas coisas.
Toda a gente comenta “Ah e tal os blogs isto, os blogs aquilo, blog tal frito, blog tal cozido…”
Aqui há tempos, soltei um bitaite, algures, em que dizia que já que toda a gente manda postas de pescada pela net, também eu ia criar um blog.
Levantou-se por ali logo um coro de vozes menos abonatórias, apregoando que hoje em dia já não fazia nexo nenhum criar um blog, uma vez que face à profusão de milhões de blogs que já habitam a world wide web, ninguém iria prestar atenção a um novo que pudesse por ali aparecer. Estaria pois a dar o meu tempo por perdido. Que mais valia beber umas minis para enganar o tédio.
Seguindo a parte final de tais conselhos, bebi mais uma mini (sagres), mas pus-me a indagar acerca de tais considerações.
Para quê um blog?
Por motivos ditos “comerciais”?
Só alimenta um blog quem quer ter uma legião de “mirones” a “micar” o que por ali vai debitando periodicamente?
Quererei eu ter um blog apenas porque me agrada o facto de ter uma cambada de desconhecidos ou não a mirar o que escrevo?
Cheguei pois à frase que inicia o post.
A vida tem destas coisas.
A vida.
Acho que é a vida, o quotidiano, o “laissez-faire” do dia a dia é que me faz ter um blog.
E porquê?
Porque muitas das vezes (dos dias) a vida é desleal e hipócrita.
Ou melhor, o mundo, muitas das vezes (dos dias), é desleal e hipócrita.
Ou melhor ainda, e por não querer generalizar, são desleais, hipócritas e dissimuladas muitas das pessoas que nele vivem.
Porquê?
Porque essa gente vive mal com a liberdade dos outros.
E não se coaduna em privar a mesma, por intermédio dos mais variados meios.
Gosto de mandar uns bitaites.
Gosto de tecer considerações acerca daquilo que me passa à frente dos olhos.
Gosto de dizer mal quando tenho razões concretas, plausíveis, relevantes e justificadas para dizer mal do que quer e de quem quer que seja.
Gosto de tainadas e patuscadas.
Gosto de beber uns copos de vez em quando.
Em “dias não”, e quando de volta e meia me “salta a tampa”, tenho vontade de olhar nos olhos quem me chateia o juízo e soltar um curto, mas conciso, “Vá-se foder!”
O inverso da medalha:
Há certas pessoas vivem mal com essa liberdade.
A sociedade está pilhada de supostos “paladinos da virtude” que não se coíbem de ostracizar outrem por esse outrem exteriorizar, muitas vezes inocentemente, aquilo que vai na alma.
A maior parte das vezes sem se dar ao trabalho de enquadrar as circunstâncias e estado de espírito em que esse outrem as exterioriza.
A própria ordem institucionalizada da sociedade, a dita “ordem pública do estado”, trata de acorrentar a liberdade e de ostracizar os seus membros só porque, em virtude das contingências da vida, se inserem numa determinada franja da sociedade, desempenham determinadas funções ou lidam com determinadas situações.
Por desempenhar certas e determinadas funções, a “ordem pública do estado” não me deixa exteriorizar livremente e aos sete ventos aquilo que me vai na alma, ou fazer o que bem me apetece e me dá na gana (com os devidos limites de civilidade, está claro), porque “ah e tal, prejudica o prestigio da classe…”…
Ora bolas…então e quê? Calo-me e fecho-me em casa, banco o compostinho e amodorro a minha veia rebelde (que toda a gente têm, por muito que o negue)?
Era o que mais me faltava!
Então e a solução?
Não há outro remédio, vou ter de continuar rebelde “meio às escuras”, às escondidas e pela calada!
E onde é que entra a história dos blogs?
Precisamente aqui!
Haverá melhor meio que um blog para manifestar alguma da rebeldia do ser humano sem quaisquer entraves?
Sendo assim, também este meio vou usar!
E quero lá saber dos paladinos da virtude que desdenham de quem usufrui da capa camaleonica do anonimato para dizer o que quer e lhe apetece.
Esses que desdenham não têm os “pés e mãos atados” como quem usa tal capa.
O Pessoa escreveu que “o poeta é um fingidor”.
Pois eu, “blogger”, (em face das circunstâncias) também o sou!
Toda a gente comenta “Ah e tal os blogs isto, os blogs aquilo, blog tal frito, blog tal cozido…”
Aqui há tempos, soltei um bitaite, algures, em que dizia que já que toda a gente manda postas de pescada pela net, também eu ia criar um blog.
Levantou-se por ali logo um coro de vozes menos abonatórias, apregoando que hoje em dia já não fazia nexo nenhum criar um blog, uma vez que face à profusão de milhões de blogs que já habitam a world wide web, ninguém iria prestar atenção a um novo que pudesse por ali aparecer. Estaria pois a dar o meu tempo por perdido. Que mais valia beber umas minis para enganar o tédio.
Seguindo a parte final de tais conselhos, bebi mais uma mini (sagres), mas pus-me a indagar acerca de tais considerações.
Para quê um blog?
Por motivos ditos “comerciais”?
Só alimenta um blog quem quer ter uma legião de “mirones” a “micar” o que por ali vai debitando periodicamente?
Quererei eu ter um blog apenas porque me agrada o facto de ter uma cambada de desconhecidos ou não a mirar o que escrevo?
Cheguei pois à frase que inicia o post.
A vida tem destas coisas.
A vida.
Acho que é a vida, o quotidiano, o “laissez-faire” do dia a dia é que me faz ter um blog.
E porquê?
Porque muitas das vezes (dos dias) a vida é desleal e hipócrita.
Ou melhor, o mundo, muitas das vezes (dos dias), é desleal e hipócrita.
Ou melhor ainda, e por não querer generalizar, são desleais, hipócritas e dissimuladas muitas das pessoas que nele vivem.
Porquê?
Porque essa gente vive mal com a liberdade dos outros.
E não se coaduna em privar a mesma, por intermédio dos mais variados meios.
Gosto de mandar uns bitaites.
Gosto de tecer considerações acerca daquilo que me passa à frente dos olhos.
Gosto de dizer mal quando tenho razões concretas, plausíveis, relevantes e justificadas para dizer mal do que quer e de quem quer que seja.
Gosto de tainadas e patuscadas.
Gosto de beber uns copos de vez em quando.
Em “dias não”, e quando de volta e meia me “salta a tampa”, tenho vontade de olhar nos olhos quem me chateia o juízo e soltar um curto, mas conciso, “Vá-se foder!”
O inverso da medalha:
Há certas pessoas vivem mal com essa liberdade.
A sociedade está pilhada de supostos “paladinos da virtude” que não se coíbem de ostracizar outrem por esse outrem exteriorizar, muitas vezes inocentemente, aquilo que vai na alma.
A maior parte das vezes sem se dar ao trabalho de enquadrar as circunstâncias e estado de espírito em que esse outrem as exterioriza.
A própria ordem institucionalizada da sociedade, a dita “ordem pública do estado”, trata de acorrentar a liberdade e de ostracizar os seus membros só porque, em virtude das contingências da vida, se inserem numa determinada franja da sociedade, desempenham determinadas funções ou lidam com determinadas situações.
Por desempenhar certas e determinadas funções, a “ordem pública do estado” não me deixa exteriorizar livremente e aos sete ventos aquilo que me vai na alma, ou fazer o que bem me apetece e me dá na gana (com os devidos limites de civilidade, está claro), porque “ah e tal, prejudica o prestigio da classe…”…
Ora bolas…então e quê? Calo-me e fecho-me em casa, banco o compostinho e amodorro a minha veia rebelde (que toda a gente têm, por muito que o negue)?
Era o que mais me faltava!
Então e a solução?
Não há outro remédio, vou ter de continuar rebelde “meio às escuras”, às escondidas e pela calada!
E onde é que entra a história dos blogs?
Precisamente aqui!
Haverá melhor meio que um blog para manifestar alguma da rebeldia do ser humano sem quaisquer entraves?
Sendo assim, também este meio vou usar!
E quero lá saber dos paladinos da virtude que desdenham de quem usufrui da capa camaleonica do anonimato para dizer o que quer e lhe apetece.
Esses que desdenham não têm os “pés e mãos atados” como quem usa tal capa.
O Pessoa escreveu que “o poeta é um fingidor”.
Pois eu, “blogger”, (em face das circunstâncias) também o sou!
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